Corrupção, holocausto armênio e o amor entre sol e lua: os enredos da segunda noite de carnaval em SP 5x5s2y

O segundo dia do carnaval paulistano começa às 22h30 deste sábado (2), após uma primeira noite espetacular. Até o início da manhã de domingo (3), mais sete escolas de samba do grupo especial vão desfilar pela arela do sambódromo, na zona norte. Os enredos vão falar de corrupção, holocausto armênio e lendas amazônicas.
Nesta ordem, arão pela arela do samba: Águia de Ouro, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Vai-Vai, Rosas de Ouro, Unidos de Vila Maria e Gaviões da Fiel, encerrando o reinado de Momo no grupo especial. A previsão é de que pode haver chuva ao longo dos desfiles, mas isso não deve esfriar a torcida dos cerca de 30 mil foliões no local.
Águia de Ouro e2o4j
Grande campeã do grupo de o no ano ado, a escola da Pompeia vai falar sobre um tema que está no centro do debate da população há alguns anos: a corrupção – com direito a referência à Operação Lava Jato. O enredo, assinado por quatro carnavalescos, tem o título: “Brasil, eu quero falar de você! Que país é esse!”
“Quando do mar se aproximou A caravela da ganância A ambição do invasor O teu herdeiro então chorou Derramou seu sangue em vão E nos tornamos os escravos do próprio chão”
Dragões da Real 31u5r
Se o São Paulo Futebol Clube preocupa dentro de campo, a torcida promete um espetáculo na avenida do samba – falando sobre o tempo. Com o carnavalesto Mauro Quintaes, o tema da agremiação é “A invenção do tempo – Uma Odisseia em 65 minutos”. O tempo a que o enredo se refere é o limite de duração dos desfiles paulistanos.
“Somos escravos da hora Senhores do agora Num mundo veloz Será que é o tempo que a Ou quem a somos nós?”
Mocidade Alegre 6u4b1b
Uma das maiores campeãs do carnaval de São Paulo, a Mocidade Alegre vai levar o folião ao norte do país para contar uma lenda: “Ayakamaé – As águas sagradas do sol e da lua”. Diz a história que sol e lua eram amantes, mas nunca conseguiam se encontrar. Então, a lua começa chorar. É dessas tristes lágrimas que, então, nasce o Rio Amazonas.
“O sol… beijando as águas ao entardecer Encontra a lua prá fazer valer A jura eterna de uma paixão Transbordam dentro do meu peito, As águas da inspiração, Que faz “Morada” em cada coração”
Vai-Vai 281144
Com 15 troféus no barracão, a Vai-Vai – maior campeã do carnaval paulistano – vai trazer a cultura africana à arela do samba para exaltar a luta da população negra pela igualdade. A agremiação da Bela Vista vai apresentar a criatividade dos carnavalescos Hernane Siqueira e Roberto Monteiro sob o título “Vai-Vai, o quilombo do futuro”.
“A liberdade é minha por direito Não vamos tolerar o preconceito Somos todos irmãos E a luz da razão vai nos guiar”
Rosas de Ouro 1w683v
A tradicional Rosas de Ouro vai usar a alegria do carnaval para homenagear mais de 1 milhão de pessoas que morreram no holocausto armênio, entre a primeira guerra mundial e a guerra de independência turca. O samba “Viva Hayastan” lembra o nome do país no idioma local e tem a do carnavalesco André Machado.
“Somos herança da tua raiz A arte que corre nas veias Faz nossa gente feliz A Rosas ergue a bandeira da superação E canta Armênia nesse carnaval Celebrando a união”
Unidos de Vila Maria 5k2o3t
Escola da zona norte, a Vila Maria pretende levar o folião à cultura e às belezas naturais do Peru: “Nas asas do grande pássaro, o voo da Vila ao império do Sol”. O título é uma referência ao povo Inca, que acreditava que o rei era um descendente do Deus Sol, chamado de Inti. Esse ser religioso era representado por um grande pássaro.
“A energia de um lindo lugar: Império do sol, no alto dos Andes, Onde o pranto do céu formou a nascente. Fonte da vida, das águas, emana! Viva a Nação Peruana!”
Gaviões da Fiel y174k
Dentro de campo, o Corinthians está longe de agradar a torcida, mas o espetáculo dos gaviões no samba é garantido. A Fiel vai contar história, lendas, benefícios e malefícios do tabaco, com o enredo: “A saliva do santo e o veneno da serpente”. O tema é reedição do apresentado em 1994 pelo carnavalesco Raul Diniz, agora com de Sidnei França.
“Erva santa curou dores Seduziu com seus sabores Café e rapé em Paris A nobreza aspirava E ficava mais feliz”
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