Justiça de SP proíbe governo Bolsonaro de fazer propaganda do ‘kit Covid’ 1k1f6p

6m1fx

Decisão também determina que quatro influenciadores contratados pela União façam uma retratação nas redes sociais para desencorajar o uso de medicamentos ineficazes

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2021 15h12 - Atualizado em 30/04/2021 16h40
  • BlueSky
Reprodução / Twitter Presidente divulga caixa de cloroquina Decisão foi movida por Luna Zarattini Brandão, candidata a vereadora em São Paulo pelo PT

A Justiça Federal de São Paulo proibiu a Secretaria de Comunicação Especial (Secom) do governo do presidente Jair Bolsonaro de fazer propaganda defendendo o chamado “kit Covid”, formado por remédios sem eficácia comprovada para o tratamento do coronavírus. A decisão da juíza Ana Lucia Petri Betto, da 6.ª Vara Cível Federal de São Paulo, também determina a retratação de quatro influenciadores digitais contratados pela União para incentivar o “atendimento precoce”. “Levando em consideração o contexto em que veiculada a campanha, além da indiscutível similaridade entre as expressões ‘tratamento precoce’ e ‘atendimento precoce’, é forçoso concluir que, no mínimo, a ação publicitária com os influenciadores digitais tem o potencial de induzir em erro os destinatários da mensagem”, diz um trecho da sentença.

O processo foi movido por Luna Zarattini Brandão, que foi candidata a vereadora em São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Documentos anexados ao caso indicam que os influenciadores Flavia Viana, João Zoli, Jessica Tayara e Pam Puertas foram contratados pelo governo federal com um custo total de R$ 23 mil. À Justiça, a União afirma que a campanha não tinha a intenção de propagandear o uso de medicamentos ineficazes, mas, sim, estimular as pessoas a buscarem o atendimento médico nos primeiros sintomas da doença. Para a magistrada, porém, a publicidade não foi clara. “Mesmo que o intuito da campanha com os influenciadores não tenha sido a propagação do referido tratamento, como argumenta a União, a comunicação deve ser pautada pelas diretrizes da clareza e da transparência, a fim de transmitir, adequadamente, a mensagem aos destinatários, sobretudo no cenário devastador de agravamento da pandemia da Covid-19 e de disseminação das chamadas fake news”, escreveu.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para s. Assine JP .