Mais de 90% dos casos de violência contra a mulher tiveram testemunhas, aponta pesquisa 4w643r

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Em um quarto dos casos, agressões ocorrem na presença dos filhos da vítima; dados são de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Datafolha

  • Por da Redação
  • 10/03/2025 15h16
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GABRIEL SILVA/E.FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Estudantes ligadas à CUT participam de ato no Dia Internacional da Mulher na Avenida Paulista, na região central de São Paulo Ato no Dia Internacional da Mulher na Avenida Paulista, na região central de São Paulo

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Datafolha, revela um dado alarmante sobre a violência contra mulheres no Brasil. Segundo o levantamento, em um quarto dos casos de agressão contra mulheres de 16 anos ou mais, a violência ocorre na presença dos filhos da vítima. O estudo “Visível e Invisível: Vitimização de Meninas e Mulheres”, realizado a cada dois anos, entrevistou 793 mulheres em 126 municípios do país entre os dias 10 e 14 de fevereiro de 2025. Os resultados apontam que 91,8% das vítimas sofreram violência na presença de terceiros, sendo os principais testemunhas amigos ou conhecidos (47,3%), filhos (27%) e outros parentes (12,4%). Apenas 7,7% dos casos foram presenciados por desconhecidos.

Além disso, a pesquisa mostra que 21,4 milhões de mulheres brasileiras (37,5% da população feminina com 16 anos ou mais) relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência no último ano. Os principais tipos de agressão incluem insultos e humilhações (31,4%), agressões físicas como empurrões e chutes (16,9%), ameaças de agressão (16,1%), perseguição (16,1%), ofensas sexuais ou tentativas de relação forçada (10,4%) e feminicídios.

Outro dado preocupante é que quase 67% das agressões foram cometidas por parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Desde 2017, a participação de cônjuges nos casos de violência aumentou de 19,4% para 40%.  A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, ressalta que a presença de testemunhas na maioria dos casos revela um problema estrutural. “A sociedade ainda é conivente com muitas formas de violência. Muitas vezes, sabemos que uma mulher está em uma relação abusiva, mas, como não vemos agressões físicas evidentes, não interferimos”, explica.

A pesquisa também destaca o impacto da exposição à violência doméstica na infância, associada a transtornos como baixa autoestima, depressão e ansiedade. Para a socióloga Wânia Pasinato, intervenções precoces são essenciais para evitar a escalada da violência até o feminicídio. Em 2024, o Brasil registrou 1.459 feminicídios, o maior número da série histórica. Apesar da gravidade do problema, quase metade das vítimas (47,4%) não procurou ajuda após sofrer violência. Entre aquelas que buscaram apoio, 19,2% recorreram à família, 15,2% a amigos, 14,2% foram a uma Delegacia da Mulher e 6% buscaram ajuda na igreja.

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Especialistas reforçam a importância de denunciar e apoiar vítimas de violência. Canais como o telefone 180 oferecem e e orientação para mulheres em situação de risco, e a Lei Maria da Penha permite que testemunhas registrem ocorrências e solicitem medidas protetivas para as vítimas. A conscientização e o apoio às mulheres vítimas de violência são fundamentais para romper o ciclo de agressões e transformar a cultura de impunidade que ainda persiste no país.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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