Reforma da previdência: Especialistas defendem mais mudanças nas aposentadorias 1u56r

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Para eles, é necessário existir um sistema de capitalização

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2020 09h54 - Atualizado em 12/01/2020 09h54
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Fernando Martins/Jovem Pan Fernando Martins/Jovem Pan Até 2060, a população com mais de 65 anos vai triplicar no Brasil, enquanto o número de pessoas entre 15 e 64 anos vai diminuir 5,7% no período

Um grupo de especialistas em Previdência se mobiliza para iniciar discussões sobre uma nova reforma que, segundo eles, o Brasil precisará fazer nos próximos 20 anos. Eles argumentam que, embora tenha recém-aprovado a mais ampla mudança nas regras de aposentadoria e pensão, o País continuará convivendo com o envelhecimento da população e a redução no número de jovens — o que compromete o sistema atual em que trabalhadores ativos financiam os benefícios de quem já se aposentou.

Com a reforma aprovada no fim do ano ado, o Brasil ganhou um fôlego de cerca de 20 anos para planejar os próximos os, estima o economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas em Previdência. Para ele, será inevitável o Brasil discutir um modelo de capitalização, em que os trabalhadores contribuem para uma poupança individual que vai bancar a própria aposentadoria no futuro.

Tafner é um dos pesquisadores envolvidos na organização de um seminário no primeiro semestre deste ano para fomentar as discussões sobre o tema. A intenção é convidar técnicos e economistas ligados ou identificados com diferentes espectros políticos para participar dos debates. As tratativas ainda são iniciais.

“A gente tem a década de 20 de relativa istração. Já na década de 30, vamos começar a viver o que vivemos nos últimos 15 anos: déficit crescendo, pressão em cima do fiscal, o que vai forçar a tomada de decisão (uma nova reforma). Não a do início dos anos 40”, diz. Segundo ele, haverá dois aposentados para três trabalhadores da ativa em 30 anos, uma proporção “insustentável” para o sistema atual.

Até 2060, a população com mais de 65 anos vai triplicar no Brasil, enquanto o número de pessoas entre 15 e 64 anos vai diminuir 5,7% no período.

“Temos a percepção de que, daqui para frente, a discussão continua, e a gente tem de partir para um novo sistema”, defende.

“Precisamos iniciar uma discussão mais séria sobre capitalização”, afirma o economista Flávio Ataliba, secretário executivo de Planejamento e Orçamento do Ceará, que também trabalha na organização do seminário. De acordo com ele, também participa da articulação o economista Sérgio Guimarães, pesquisador na área previdenciária.

Para Tafner, a nova reforma não é uma necessidade iminente, mas é preciso planejar e sensibilizar a classe política desde já para evitar a repetição do roteiro visto nos últimos anos, com piora nas contas públicas.

Repartição

No sistema de repartição que vigora hoje, os trabalhadores pagam contribuições que ajudam a bancar os benefícios de quem já se aposentou. Com o envelhecimento da população, há cada vez menos trabalhadores e mais aposentados, desequilibrando receitas e despesas do sistema.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou emplacar o modelo de capitalização na reforma aprovada no Congresso, mas enfrentou forte resistência dos parlamentares e acabou sendo voto vencido. A ideia do ministro empacou, principalmente, porque o modelo não foi detalhado pela equipe econômica. Além disso, Guedes havia manifestado a intenção de fazer uma capitalização apenas com contribuições dos trabalhadores, sem participação dos empregadores, o que poderia resultar em benefícios de menor valor no futuro. A proposta desagradou aos congressistas e foi uma das primeiras baixas no texto.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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