BTG, de André Esteves, paga R$ 2 bilhões antecipados ao FGC a1232

O Banco BTG Pactual antecipou o pagamento de R$ 2 bilhões que deve ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O fundo ajudou a dar liquidez à instituição na época da prisão do ex-controlador, o banqueiro André Esteves. Foram liberados R$ 5,5 bilhões para fazer frente a saques de clientes do banco.
Segundo fontes próximas ao FGC, não havia um prazo definido para o pagamento, mas o empréstimo foi feito sob algumas condições. A principal delas é que todo o dinheiro que fosse arrecadado com a venda do BSI, o banco suíço que pertencia ao BTG, deveria ser usado para pagar o fundo. Além disso, a instituição deu parte de sua carteira de crédito e a garantia pessoal dos acionistas controladores. Essas garantias representavam 120% do valor da linha de crédito ofertada de R$ 6 bilhões.
Do total ofertado, o BTG sacou R$ 5,5 bilhões até janeiro deste ano. Agora, já está pagando parte do que tomou emprestado mesmo sem ter ainda concluído a venda do BSI. Com isso, poderá também liberar, o quanto antes, o pagamento de bônus aos sete sócios principais, que ficaram sem receber a remuneração em 2015.
Para manter a liquidez, segundo informou em seu balanço, o banco suspendeu os pagamentos de bônus aos es, dividendos e juros sobre o capital próprio aos acionistas, sendo suspensa a concessão de créditos a integrantes do programa de “partnership”, em que os funcionários recebiam linhas de financiamento para se tornarem sócios.
Na última terça-feira (26), após a revogação dos termos da prisão domiciliar pelo STF, André Esteves voltou ao banco. Seu retorno teve o efeito de fazer os papéis do BTG chegarem a subir 7%. Mesmo assim, a instituição financeira ainda está longe de recuperar os mais de 30% que perderam desde novembro do ano ado.
Vendas
Desde que entrou nessa ciranda financeira, o BTG já anunciou a venda de uma série de ativos, que, juntos, são estimados em cerca de R$ 20 bilhões. O último anúncio foi feito na semana ada, quando vendeu a Pan Seguros por R$ 700 milhões.
Entre os ativos vendidos, estavam empresas como a Rede D’Or de hospitais, a Recovery, que fazia recuperação de crédito, e o próprio BSI. O banco suíço foi comprado pelo EFG International, com sede em Zurique.
O preço final da transação deverá ficar entre 1,5 e 1,6 bilhão de francos suíços e, desse total, cerca de 1 bilhão entrará como caixa.
Mas a transação realizada com o EFG International, em fevereiro, ainda está sujeita à aprovação de órgãos reguladores para, somente então, haver a liquidação financeira, que é, de fato, o momento em que os recursos entram no caixa. Procurados, BTG e FGC não quiseram fazer comentários.
Comentários
Conteúdo para s. Assine JP .