Dólar vai a R$ 5,30 com novo avanço da Covid-19; Ibovespa cai aos 120 mil pontos 316g13

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Endurecimento de medidas de isolamento e riscos para a economia global geram mau humor generalizado; divisa fecha semana com queda acumulada de 2%, mas não supera disparada registrada no início de 2021

  • Por Jovem Pan
  • 15/01/2021 18h26
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Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

O dólar voltou a fechar a semana em alta com o aumento do temor dos mercados globais com o avanço da pandemia do novo coronavírus e o endurecimento de medidas de isolamento social. A divisa norte-americana fechou esta sexta-feira, 15, com avanço de 1,81%, a R$ 5,304, a cotação mais elevada do dia. Na mínima, a moeda não ou de R$ 5,225. O resultado negativo coloca fim na sequência de três dias de valorização do real. O dólar fechou a véspera com recuo de 1,96%, cotado a R$ 5,207. O desempenho acumulado desde segunda, 11, fez o dólar encerrar a semana com queda de 2,06%. Apesar do enfraquecimento, desde o começo do ano, a divisa soma alta de 2,23% ante a moeda nacional. O mau humor nos mercados internacionais também impactaram o desempenho dos negócios internos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, retraiu 2,54%, aos 120.348 pontos. Está é a primeira vez que a B3 fica próximo de perder os 120 mil pontos desde o dia 6 de janeiro, quando manifestantes invadiram a sede do Congresso norte-americano. “A tese do mercado aos 130 mil pontos esse ano, lembrando que estamos próximo desse valor, a justamente pela perspectiva de crescimento. Porém, nesta semana, componentes de risco que não estavam mapeados começaram a surgir. Portanto, nada mais natural que uma queda na semana depois de uma disparada de praticamente 10 semanas consecutivas”, afirma Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O mundo superou a marca de 2 milhões de mortos por Covid-19 nesta sexta, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. No momento, são 93.418.283 casos ativos da doença. O primeiro óbito foi registrado no dia 11 de janeiro de 2020. A adoção de novas medidas de isolamento social em diferentes partes do mundo e os efeitos dessas ações na recuperação da economia global criaram aversão ao risco por parte dos investidores. O Reino Unido, que a pela terceira e mais severa fase de lockdown, proibiu a entrada de viajantes de diversos países, incluindo o Brasil, para dificultar a disseminação de novas variantes da Covid-19. Já a França decretou toque de recolher para evitar que pessoas fiquem nas ruas e acelerem a transmissão do vírus. No outro lado do planeta, o Japão a pela fase mais dura da pandemia um ano após o registro do primeiro caso de infecção. O alerta sanitário japonês, que não inclui o confinamento da população, os incita a não fazer deslocamentos desnecessários e a ficar em casa a partir das 20h. O arquipélago também proibiu a entrada de não-residentes no território, apenas com algumas exceções.

A pauta da Covid-19 chegou a ofuscar o anúncio de US$ 1,9 trilhão para a economia norte-americana feito pelo próximo ocupante da Casa Branca na noite desta quinta. O pacote detalhado por Biden inclui mais de US$ 400 bilhões para reforçar a saúde e a distribuição de vacinas contra a Covid-19; US$ 350 bilhões para ajudar estados e municípios a superarem os déficits orçamentários; cerca de US$ 1 trilhão em auxílio direto às famílias; e cerca de US$ 440 bilhões para pequenas empresas e comunidades atingidas pela pandemia. Também haverá a distribuição de cheques no valor US$ 1,4 mil para os norte-americanos, superando os de US$ 600 emitidos no último pacote do congresso. O projeto também contempla US$ 400 de auxílio-desemprego por semana, superior aos US$ 300 semanais, estendido até setembro.

No noticiário doméstico, os investidores analisaram a possibilidade do Brasil iniciar a vacinação contra a Covid-19 já na próxima semana. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne neste domingo, 17, para votar os pedidos de aplicação emergencial protocolados pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo o governo federal, caso o órgão dê a luz verde, a campanha de vacinação deve iniciar em todo o país no dia 20. Também pesou no radar a queda de 0,1% na atividade do varejo em novembro do ano ado, influenciada principalmente pela disparada da inflação. Os investidores ainda acompanham os desdobramentos das disputas pelo controle da Câmara dos Deputados e Senado. As eleições para a presidência das duas Casas está marcada para 1º de fevereiro e é motivo de disputa entre grupos de apoio e oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As negociações para agregar o maior número de votos congelaram os debates para aprovação dos textos estruturantes da economia. A expectativa do mercado é que pautas fundamentais para a recuperação do país no pós-pandemia, como as reformas tributária e istrativa, sejam tratadas imediatamente após a definição das presidências.

 

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