Bombardeios israelenses deixam mais de 50 mortos em Gaza g3f5z

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Intensificação das operações militares israelenses coincide com um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na região há quase três meses

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2025 11h57
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AFP Bombardeios israelenses deixam mais de 50 mortos em Gaza 33 pessoas que estavam em uma escola que era utilizada como abrigo para deslocados morreram

Ao menos 52 pessoas morreram nesta segunda-feira (26) em bombardeios israelenses em Gaza, segundo a Defesa Civil palestina, incluindo 33 que estavam em uma escola que era utilizada como abrigo para deslocados, onde o Exército israelense afirmou que havia “terroristas”. A intensificação das operações militares israelenses coincide com um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza há quase três meses. A Defesa Civil de Gaza, território governado pelo Hamas, informou que pelo menos 33 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no bombardeio israelense contra a escola Fami Aljerjawi, na Cidade de Gaza. O Exército israelense afirmou que havia “terroristas de alto perfil” na escola bombardeada e que “tomou várias medidas para mitigar o risco de causar danos à população civil”.

Farah Naser, uma deslocada natural de Beit Hanun, disse que acordou com o bombardeio e descobriu com horror o “cheiro da morte, de queimado, enxofre e sangue”. No hospital de Al Ahli, um grupo de mulheres chorava pelas mortes de parentes. O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, informou que outro bombardeio em Jabaliya, no sul da Faixa, atingiu a casa de uma família e que socorristas recuperaram 19 cadáveres. O Exército israelense informou ainda que detectou três projéteis lançados de Gaza nesta segunda-feira, incluindo um que foi interceptado, em uma jornada em que Israel celebra o Dia de Jerusalém, que celebra a “reunificação” da cidade após a ocupação da parte leste em 1967.

Israel retomou a ofensiva em Gaza em meados de março, após romper uma trégua de quase dois meses. Em 17 de maio, o Exército intensificou suas operações, com o objetivo declarado de aniquilar o movimento islamista palestino Hamas e libertar os reféns que permanecem em cativeiro. A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou as mortes de 1.218 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 57 permanecem detidas em Gaza. Do grupo, 34 são consideradas mortas, segundo o Exército israelense. Mais de 53.900 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva militar israelense, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza que a ONU considera confiáveis.

Nova proposta de trégua 4rz5d

Uma fonte palestina declarou nesta segunda-feira à AFP que uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos mediadores inclui a libertação de 10 reféns, uma trégua de 70 dias e a retirada parcial de Israel do território palestino. A ofensiva israelense se soma ao bloqueio que agravou a escassez de alimentos, água, combustíveis e remédios. A situação gera a preocupação de um cenário de fome no território palestino. Organizações humanitárias afirmam que a pouca ajuda que Israel permitiu entrar nos últimos dias está muito abaixo das necessidades da população. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirmou que menos de 5% das terras agrícolas em Gaza são cultiváveis ou íveis, o que agrava ainda mais o risco de fome.

A catástrofe humanitária provocou uma crescente onda de indignação internacional e países aliados de Israel expressaram críticas. O chefe do governo da Alemanha, Friedrich Merz, declarou nesta segunda-feira que “não compreende qual é o objetivo do Exército” israelense e ameaçou deixar de apoiar o governo de Benjamin Netanyahu. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal aliado de Israel, afirmou no domingo que espera “acabar com toda esta situação o mais rápido possível”. Contudo, Jake Wood, o diretor da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e criada para distribuir ajuda na Faixa, anunciou sua demissão no domingo.

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Wood afirmou que não pode cumprir sua missão “respeitando estritamente os princípios de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência”. A organização com sede em Genebra, criada há alguns meses, anunciou em 14 de maio que pretendia distribuir quase 300 milhões de refeições nos primeiros 90 dias de operação. O Conselho de istração lamentou a decisão do diretor da GHF e afirmou que a ajuda começará a ser distribuída. A ONU e várias ONGs se recusaram a participar da distribuição de ajuda desta fundação, acusada de trabalhar com Israel.

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP

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