Moares ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante audiência da suposta trama golpista no STF 3q602n

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Ex-ministro da Defesa disse, durante videoconferência, da qual depõe como testemunha, que não itira censura; ele é testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-chefe da Marinha

  • Por Sarah Américo
  • 23/05/2025 17h12 - Atualizado em 23/05/2025 17h17
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Fellipe Sampaio/STF Primeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 4 da PET 12.100 Alexandre de Moraes é o presidente da audiência sobre a tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ameaçou, nesta sexta-feira (23), prender o ex-deputado federal Aldo Rebelo. “Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, disse Moraes durante audiência em que estão sendo ouvidas testemunhas de defesa dos réus de núcleo 1 da tentativa de golpe em 2023. A ameaça de Moraes foi realizada após Aldo Rabelo dizer, durante videoconferência, que não itira censura. No momento em que fez esse posicionamento, o ex-deputado, que foi indiciado como testemunha do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, tentava interpretar a suposta fala de Garnier em uma reunião realizada em 2022 com Jair Bolsonaro. “É preciso levar em conta que, na língua portuguesa, usamos a força da expressão. A força da expressão nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz estou frito não quer dizer que está numa frigideira”, afirmou. O ex-ministro, então, foi repreendido por Moraes. “O senhor estava na reunião? Então, não tem condições de avaliar a língua portuguesa”, disse Moraes, após Aldo dizer que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão”.

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“A minha apreciação da língua portuguesa é minha e não ito censura”, retrucou Rebelo. Moraes então ameaçou prender o ex-ministro. “Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato”, respondeu o magistrado. Houve ainda mais entreveros durante essa audiência. A defesa de Garnier, feita pelo advogado Demóstenes Torres, perguntou se a Marinha teria condições para dar golpe de Estado. Moraes, então, repreendeu a defesa. “Aldo Rebelo é um historiador, é uma pessoa inteligente. Ele sabe que em 64 não foi ouvida toda a cadeia de comando para se dar o golpe militar. Não podemos fazer conjecturas fora da realidade. Não pode perguntar algo que ele não tem conhecimento técnico. Ele é um civil, que foi ministro da Defesa, mas é um civil”, afirmou Moraes.

Moraes, que preside a audiência sobre a tentativa de golpe de estado, esta ouvindo desde o dia 19 e maio a 2 de junho testemunhas indiciadas pela acusação e as defesas dos acusados. Após todos serem ouvidos, serão chamados Bolsonaro e os demais réus convocados. Oito réus compõem o núcleo 1, apresentado como o crucial para o golpe, são eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

 

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