Desmatamento ameaça ecoturismo em Bonito, MS 634dc
6m1fx
Degradação da mata nativa e expansão da agricultura, especialmente a soja, impactam principal atividade econômica da cidade

O ecoturismo em Bonito, em Mato Grosso do Sul, enfrenta sérios riscos devido ao desmatamento acelerado, que tem suas raízes no crescimento da agricultura, especialmente a soja. Entre 1985 e 2023, a região perdeu cerca de 90 mil hectares de vegetação nativa, incluindo Mata Atlântica e Cerrado. O período mais crítico ocorreu entre 2019 e 2023, quando 5.600 hectares foram desmatados, resultando em águas antes cristalinas se tornando turvas. O impacto dessa degradação é profundo, afetando não apenas a biodiversidade local, mas também a economia da cidade, onde o ecoturismo representa 60% do Produto Interno Bruto (PIB). A expansão das lavouras de soja na bacia do Rio Miranda saltou de 0,4% em 1985 para 7% em 2023, o que tem gerado preocupações sobre a qualidade dos recursos hídricos. A instalação de drenos para irrigação tem contaminado o lençol freático, agravando ainda mais a situação. Além disso, a abertura irregular de drenos no Rio da Prata levou a multas que somam R$ 16,8 milhões, embora essas penalidades tenham sido suspensas por um desembargador. A falta de vegetação compromete a infiltração da água no solo, resultando em um aumento das enxurradas, que prejudicam as cachoeiras e as famosas piscinas naturais da região. Em 2020, Bonito registrou a maior área de Mata Atlântica desmatada no Brasil.
A situação se agravou em 2022, quando foram detectados vestígios de agrotóxicos nos rios locais, evidenciando os riscos à saúde ambiental. Diante desse cenário, organizações ambientais têm proposto a implementação de um Zoneamento Ecológico-Econômico. Essa medida visa proteger as áreas vitais para o turismo e a preservação da biodiversidade, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
publicado por Patrícia Costa
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Comentários
Conteúdo para s. Assine JP .