Pingo Final: A indicação de Navarro é mais um desdobramento do “acordão” 1k2x27

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2015 13h29
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Presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, fala com jornalistas ao chegar ao Senado, em Brasília. 26/03/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino Reuters Renan Calheiros

Renan Calheiros está mesmo com tudo e está prosa. A presidente Dilma Rousseff resolveu indicar para membro do Superior Tribunal de Justiça o segundo mais votado de uma lista tríplice: o desembargador Marcelo Navarro. Ele ocupará a vaga de Ari Pargendler, que se aposenta. Navarro obteve 20 votos. À sua frente, ficou Joel Ilan Paciornik, com 21.

Navarro é, sim, o candidato de Francisco Falcão, presidente do tribunal, e tem o apoio dos governadores do Nordeste. Mas isso contou pouco. Realmente relevante foi outra coisa: ele é o candidato de Renan Calheiros, presidente do Senado, que Dilma decidiu transformar no homem forte da República e do PMDB.

A turma do Planalto veio com a cascata de que é normal nomear o segundo da lista e que a obrigatoriedade de nomear o primeiro só existe no caso do procurador-geral, daí que o escolhido tenha sido Rodrigo Janot.

É uma bobagem de várias formas combinadas. A eleição direta para procurador-geral da República nem mesmo está prevista na Constituição. É uma licença que os procuradores se concederam.

Mais: o procurador-geral é chefe de todo o Ministério Público da União (MPU), mas é eleito apenas pelos membros do Ministério Público Federal (MPF), que é só um pedaço do MPU.

Vamos parar de conversa mole. Dilma resolveu fazer mais um agrado a Renan. O objetivo é, a um só tempo, isolar Eduardo Cunha e enfraquecer Michel Temer, o vice, que também é coordenador político do governo.

Aliás, eis aí o pobre Montesquieu sendo jogado no lixo, não é mesmo? O Executivo usa o Judiciário para seus joguinhos de baixa política.

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